sexta-feira, 26 de setembro de 2025

 


"Ontem à noite, uma mulher veio a esta igreja trazendo seu filho. Ela usava calças e não trazia o lenço na cabeça. Alguém a repreendeu. Ela saiu... e nunca mais voltou.

Não sei quem fez isso. Mas ordeno a essa pessoa que, por toda a sua vida, reze pela salvação dessa mulher e de seu filho — porque foi por sua causa que eles se afastaram e não retornarão à igreja."

Dito isso, ele inclinou o rosto, virou-se em silêncio e entrou no altar.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Descobrir a Sua Praia: Um Encontro com Nietzsche


Descobrir a Sua Praia: Um Encontro com Nietzsche

Há uma passagem em Assim falou Zaratustra, de Nietzsche, que ecoa como conselho e advertência ao mesmo tempo: leve o tempo que for para descobrir aquilo que almeja. Depois de descoberto, não recue ante nenhum pretexto.

Traduzindo isso para o nosso cotidiano, é como se Nietzsche nos dissesse: “Demore o tempo que precisar para encontrar qual é a sua praia. Mas, quando encontrá-la, não volte atrás nem para tomar impulso.”

Vivemos em uma era da pressa. O imediatismo virou uma espécie de vício social. Queremos respostas rápidas, resultados instantâneos, sucesso sem demora. Mas a verdade é que as coisas mais autênticas da vida não se encontram em atalhos: elas pedem paciência, maturação, tempo de espera e até um certo silêncio. Descobrir o que se deseja de fato — a vocação, o caminho, a verdade interior — é uma jornada lenta, muitas vezes dolorosa.

Nietzsche sabia disso. Seu chamado não era para a pressa, mas para a fidelidade. O perigo não está em demorar para descobrir, mas em abandonar aquilo que já se revelou como verdadeiro. É aqui que entra a segunda parte de sua advertência: não recue. Não invente desculpas, não se esconda atrás de pretextos, não permita que o medo ou as pressões externas desfigurem o seu propósito.

“Encontrar a sua praia” é uma expressão vulgar, mas que traduz de forma quase perfeita a força do pensamento nietzschiano: quando você se depara com aquilo que dá sentido à sua vida, não desperdice esse encontro. Seguir o próprio caminho exige coragem — e coragem, no fim das contas, é fidelidade ao que já foi descoberto.

Talvez Nietzsche, com sua linguagem incendiária, quisesse nos sacudir para longe da mediocridade, onde muitos passam a vida inteira fugindo de si mesmos. O filósofo aponta para uma verdade incômoda: não é o mundo que mais nos engana, mas nós mesmos, quando recuamos diante daquilo que nos chama.

Portanto, que a lição seja clara: demore o tempo que precisar. Reze, estude, viaje, caia e levante. Mas, quando encontrar a sua praia, não recue. Porque viver de verdade é permanecer fiel ao que se descobriu como autêntico — e não trocar isso por qualquer conveniência passageira.


domingo, 21 de setembro de 2025

Entre Aristóteles e TikTok: Por que a Virtude Foi Esquecida?

 


Entre Aristóteles e TikTok: Por que a Virtude Foi Esquecida?

Há uma pergunta que paira sobre a nossa época como uma sombra silenciosa: por que a virtude foi esquecida?

Em tempos passados, quando Aristóteles ensinava no Liceu, quando os Padres da Igreja meditavam à luz da Escritura, e quando São Tomás de Aquino tecia com precisão as linhas da filosofia e da teologia, falar de virtude era falar da própria vida humana em sua essência. Hoje, porém, o termo soa estranho, quase arcaico, e foi substituído por palavras cintilantes, mas vazias: “sucesso”, “likes”, “autoexpressão”.

O filósofo de Estagira ensinou que a felicidade ( eudaimonia ) não é um acaso, nem tampouco uma emoção passageira, mas o fruto de uma vida orientada pela excelência moral. “A virtude é adquirida pelo hábito” , dizia ele. E esse hábito é uma escola de paciência, esforço e disciplina interior. Ser feliz, para Aristóteles, não era ceder ao impulso, mas formar o caráter; Não era viver para o instante, mas para o bem maior.

Agora, em que abismo caímos? O que outrora era uma ascensão pela escada da virtude tornou-se, na era digital, uma corrida frenética pelo aplauso instantâneo. A cultura do TikTok, dos vídeos de segundos, não nos ensina a pensar, mas a reagir; Não nos formamos em hábitos sólidos, mas em reflexos imediatos. O homem, que deveria ser escultor de si mesmo, tornou-se mero produto de algoritmos.

A modernidade, ao rejeitar a tradição, também rejeitou a própria linguagem da virtude. Termos como prudência, justiça, fortaleza, temperança — colunas da vida ética para Aristóteles e São Tomás — foram substituídos por expressões como “ser autêntico”, “seguir o coração”, “buscar a própria verdade”. Mas, quando cada um cria sua verdade, o que resta senão uma sociedade fragmentada, incapaz de convergir para um bem comum?

Santo Agostinho já percebeua este perigo: "A liberdade sem a verdade é apenas outro nome para a escravidão" . Ao perdermos o referencial do Bem objetivo, transformamos a liberdade em capricho, e o capricho em tirania.

Se Aristóteles via na virtude o caminho para a verdadeira felicidade, a cultura contemporânea trouxe a felicidade ao prazer imediato. Mas prazer não é fim; é consequência. O prazer pode acompanhar a virtude, mas não a substituir. A geração moldada pelo consumo instantâneo e pelas redes sociais foi treinada para confundir o brilho com a luz, o ruído com a música, a emoção com a alegria.

Como anuncia Josef Pieper, filósofo do século XX: "A cultura do ócio não é a cultura do tédio, mas a condição da contemplação. Sem contemplação, não há cultura" . Agora, numa era em que cada segundo precisa ser preenchido por estímulos, a contemplação é impossível, e a virtude, invisível.

Aristóteles não conhecia os homens perfeitos, mas os homens falíveis. Ele sabia que a virtude exige treino — assim como o corpo precisa de exercício, a alma precisa de disciplina. A pedagogia da virtude não é espetáculo, mas repetição; não é espetáculo, mas silêncio; não é novidade, mas constância.

Na cultura do TikTok, nada é constante: tudo deve mudar a cada quinze segundos. E, assim, como aprender a virtude se nem sequer aprender a permanecer? Como alcançar a sabedoria, se não suportamos o tédio fecundo que antecede a compreensão?

Contra esse cenário, a tradição filosófica e cristã permanece como farol. Santo Tomás de Aquino, ao beber em Aristóteles e elevá-lo à luz da fé, ensinou que a virtude humana só se cumpre plenamente na caridade, que é participação no amor divino. A virtude não é mero exercício ético, mas caminho de santidade.

Redescobrir a virtude hoje é mais do que recuperar uma categoria filosófica: é reencontrar a possibilidade da própria humanidade. É afirmar que o homem não é um animal de cliques, mas um ser racional, espiritual, chamado à eternidade.

A pergunta não é se o mundo atual pode redescobrir a virtude, mas se houver homens dispostos a observar contra a corrente do imediatismo. Virtude não dá audiência. Prudência não viraliza. Temperança não rende curtidas. Mas é justamente nelas que está a salvação da alma e da civilização.

Entre Aristóteles e o TikTok, cada homem precisa escolher onde firmará sua morada: na areia movida do efêmero, ou na rocha sólida do eterno. Pois, como já dizia o próprio Aristóteles, "Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito" .

Se a virtude foi esquecida, cabe a nós recordá-la — com a vida, com o exemplo, com a fidelidade. Pois só assim, no meio do ruído e do fluxo incessante, poderemos ouvir novamente a voz da sabedoria que nunca envelhece.

Referências

  • Aristóteles . Ética a Nicômaco . Trad. Antonio Pinto de Carvalho. São Paulo: Édipro, 2017.

  • Santo Agostinho . Confissões . Trad. Maria Luiza Jardim Amarante. São Paulo: Paulus, 2004.

  • São Tomás de Aquino . Suma Teológica . I-II. Trad. Alexandre Correa. São Paulo: Loyola, 2001.

  • Chesterton, G. K. Ortodoxia . Trad. Almiro Piseta. São Paulo: Mundo Cristão, 2014.

  • Pieper, Josef . Ócio e Culto: A Base da Cultura . São Paulo: É Realizações, 2010.

Contra o Vento e a Maré: A Alma que Resiste à Revolução


Contra o Vento e a Maré: A Alma que Resiste à Revolução

Vivemos sob o signo de um mundo que se reinventa a cada instante. A palavra “revolução” é exaltada como se fosse sinônimo de progresso, como se todo passado fosse sombra e todo futuro fosse luz. Porém, como anuncia Santo Agostinho, “a verdade não é filha do tempo, mas da eternidade” . Se a verdade não muda, como pode ser progresso arrancar o homem das raízes que lhe dão a vida?

A modernidade, ao venerar o novo pelo simples fato de ser novo, esquece que o homem não nasceu ontem. Somos herdeiros de uma história, de uma memória coletiva, de uma tradição que nos liga ao que há de mais profundo: o próprio Deus. Como ensinou Santo Irineu de Lyon, “a glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem consiste na visão de Deus” . O homem só é homem completo quando participa do eterno — e não quando se dissolve nas ondas do instante.

O espírito revolucionário promete liberdade, mas entrega escravidão. Liberdade não é ausência de raízes, mas fidelidade àquilo que nos dá consistência. Uma árvore que renega suas raízes não se torna mais livre: apenas morre. GK Chesterton já lembrava que “a tradição é a democracia dos mortos” , ou seja, dar voz não apenas à moda de hoje, mas também à sabedoria dos que nos antecederam.

Resistir, portanto, não é nostalgia nem teimosia. É ato de coragem. O professor Plínio Corrêa de Oliveira, ao diagnosticar a Revolução como um processo multissecular de dissolução moral, religiosa e social, anuncia que a verdadeira contra-revolução não se faz com violência, mas com fidelidade — uma firmeza que nasce da alma que se ancora na Verdade eterna.

Contra o vento e a maré, permanece a alma que resiste. Não se trata de recusa o mundo, mas de recusa o mundo sem Deus. Não se trata de negar o futuro, mas de preparar um futuro que não seja um deserto de sentido. Como um farol em meio à tempestade, a alma fiel pode parecer pequena, mas ilumina os que ainda buscam o caminho.

A Revolução é barulho; a resistência é silêncio fecundo. A Revolução é maré que arrasta; a fidelidade é rocha que sustenta. A Revolução é chama que consome; a Tradição é luz que aquece e orienta.

No fim, não vencerá o vento que uiva nem a maré que arrasta, mas Aquele que acalmou as águas com uma só palavra: “Silêncio! Cala-te!” (Mc 4,39).

E é n'Ele que a alma encontra forças para resistir, mesmo sozinho, mesmo frágil, mesmo contra tudo.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Quando a Mente nos Trai: Pensamentos Intrusivos sobre Sexualidade

 


Quando a Mente nos Trai: Pensamentos Intrusivos sobre Sexualidade

Há certos pensamentos que não pedem licença. Eles entram pela porta da mente, sem aviso, sem contexto, sem sentido — e, por vezes, carregam em si um peso que não condiz com quem somos. Chamam-se pensamentos intrusivos. E quando o tema é sexualidade, tornam-se ainda mais assustadores para muitos.

Pensamentos intrusivos são ideias, imagens ou impulsos involuntários, que surgem de forma repentina e geram sofrimento, vergonha ou culpa. São como trovões em céu claro: não fazem parte do clima da alma, mas mesmo assim ecoam alto.

No campo da sexualidade, esses pensamentos podem ter conteúdos inaceitáveis ou contrários aos valores da pessoa: imagens obscenas, fantasias indesejadas, ideias blasfemas ligadas ao corpo ou até ao sagrado.

E aqui é necessário um ponto de partida importante: pensar não é o mesmo que querer. Ter um pensamento não significa aprová-lo, desejar sua realização ou estar moralmente envolvido com ele.

A maior dor não está no conteúdo do pensamento, mas no medo de que ele diga algo sobre quem eu sou. A mente moral, especialmente nas pessoas de fé ou com formação ética mais sólida, reage com horror: “Como pude pensar isso?”

E então se inicia o ciclo vicioso:

- O pensamento surge;

- A pessoa tenta resistir, repreender, apagar;

- Quanto mais luta, mais ele volta;

- E o sofrimento se aprofunda.

Este é o mecanismo da mente obsessiva: quanto mais você combate diretamente o pensamento, mais ele ganha força.

A sexualidade, quando mal compreendida, vira um campo minado. Em nossa tradição cristã, a pureza é uma virtude elevada, um chamado à integração da alma e do corpo. Mas quando confundimos pureza com ausência total de pensamentos, corremos o risco de entrar num tipo de escrúpulo espiritual.

Nem todo pensamento é um pecado. Muitos não são sequer tentação — são apenas resíduos da mente, jogos da imaginação, ecos do inconsciente. O que importa é o consentimento da vontade. Santo Afonso de Ligório dizia: “Enquanto a vontade luta, não há pecado”.

O primeiro passo é lembrar: pensamentos intrusivos não são escolhidos. Eles aparecem. Você não os convidou. Não há culpa em tê-los.

A mente é como uma criança birrenta: se você dá atenção demais, ela grita mais alto. Deixe o pensamento vir e ir, como uma nuvem que passa no céu. Observe, mas não se agarre.

Quando os pensamentos se tornam frequentes e incapacitantes, pode haver um transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). A ajuda de um profissional é fundamental — de preferência, alguém que compreenda tanto a psicologia quanto os valores espirituais da pessoa.

A oração, os sacramentos, a direção espiritual ajudam a manter a mente ancorada na verdade do Evangelho: você é mais do que seus pensamentos. Deus vê o coração, e o coração que deseja agradá-Lo já Lhe é agradável.

Às vezes, o mais santo que podemos fazer é parar de nos analisar e dizer: "Senhor, Vós sabeis que eu Vos amo, mesmo quando minha mente me trai."

A mente pode nos trair, mas a graça não. A sexualidade, como tudo no ser humano, é campo de luta e de santificação. Ter pensamentos estranhos não significa que você é perverso, impuro ou indigno — significa apenas que você é humano.

A alma que persevera no amor, mesmo entre sombras, será amparada pela luz. E se a tua mente hoje parece um campo de batalha, saiba: o Senhor está contigo nas trincheiras.

Não temas os pensamentos que não escolheste. Teme apenas perder de vista Aquele que te escolheu.

Mosteiro Santa Maria do Monte Carmelo

Salve Maria!

Há acontecimentos que nos deixam perplexos, não apenas pela dor que provocam, mas pelo que revelam sobre o estado dos corações. Nos últimos dias, um fato ocorrido no Paraguai gerou indignação e tristeza entre aqueles que acompanham a missão do padre Tiago: o mosteiro de sua comunidade, construído ao longo de anos com esforço, oração e doações, foi tomado à força pelo próprio doador do terreno, que, apoiado por policiais, expulsou os religiosos que lá viviam.


A versão oficial tenta se amparar em documentos: dizem que a escritura não esta no nome do padre, nem da associação que administra a comunidade. Pode ser. Mas quem conhece a história sabe que, muito antes da letra fria da lei, é o suor, o trabalho, o sacrifício e a entrega total de vida que o padre Tiago e seus irmãos depositaram naquele lugar. Um mosteiro não se ergue apenas de pedra e cimento; ergue-se de joelhos dobrados, de madrugadas de vigília, de refeições frugais, de abraços dados aos pobres que batem à porta.

O que testemunhamos agora é uma cena dolorosa: um sacerdote, que gastou seus anos mais fecundos ocorridos a Deus e às almas naquele recanto, impedido de entrar no próprio mosteiro de sua ordem. Frades e uma religiosa expulsa como se fossem invasores. Um espaço que era casa de oração, transformado em campo de disputa. E, para completar, o uso da força policial — fria, mecânica, sem a menor compaixão pelo hábito religioso que, por séculos, foi sinal de paz.

Não se trata aqui de ignorar possíveis divergências. Todos sabem que, ao longo dos anos, surgiram diferenças de opinião, modos distintos de conduzir a missão, conflitos humanos que são inevitáveis onde há convivência. Mas desde quando essas diferenças justificam a ruptura abrupta e sem misericórdia? Desde quando uma caridade fraterna pode ser sacrificada em nome de conveniências administrativas?

O padre Tiago não foi um peso morto para sua comunidade. Muito pelo contrário. Além de celebrar os sacramentos, esteve presente nas dores e alegrias de incontáveis fiéis, ajudou financeiramente, acolheu famílias sem teto, alimentou quem tinha fome, pagou contas que não eram suas. Muitos que hoje vivem dignamente receberam dele auxílio concreto. A gratidão, nestes casos, não é uma formalidade: é um dever moral.

E se, de fato, houve uma decisão a ser tomada quanto ao futuro da missão, o caminho cristão nunca será uma tomada pela força. Cristo não entrou no coração dos homens como um policial batendo à porta, mas como o Bom Pastor que chama suas ovelhas pelo nome. Um ato desses, frio e abrupto, não só fere a dignidade dos expulsos, mas também vence a confiança da comunidade que olha para aquele mosteiro como um sinal da presença de Deus.

O mais doloroso, porém, não é apenas o fechamento físico das portas. É uma simbologia de ver um altar — construído com amor, orações e renúncias — ser arrancado das mãos de quem o plantou e regou durante anos. É como ver um pai de família ser expulso da própria casa pelos próprios parentes. O peso dessa cena recai sobre todos nós, porque a Igreja não é apenas feita de pedras e terrenos, mas de vínculos espirituais que, quando rompidos de forma tão brusca, deixam cicatrizes profundas.


E o que dizer da dimensão espiritual? Um mosteiro não é apenas um “imóvel religioso”: é uma fortaleza de oração, um lugar onde o mundo é sustentado pelo clamor silencioso de almas consagradas. Quem retira um monge ou uma freira do seu claustro, sem justa causa e sem caridade, comete um ato grave, não apenas contra eles, mas contra todos aqueles que dependem, muitas vezes sem saber, orações daquelas para permanecerem firmes na fé.

Hoje, ao olhar para este episódio, não podemos deixar de nos perguntar: onde ficou a caridade? Onde ficou o mandamento do Senhor, “amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”? Onde ficou a consciência de que, na Igreja, as mesmas questões materiais devem ser resolvidas à luz do Evangelho?


A tragédia não é apenas no que foi feito, mas na forma como foi feita. Tomar à força, com o peso da lei humana, um espaço que nasceu do amor e da doação é agir como se a graça de Deus fosse substituída por papéis carimbados. É esquecer que “a letra mata, mas o Espírito vivifica” (2Cor 3,6).

O caso do padre Tiago não é apenas uma disputa de propriedade: é um alerta para todos nós sobre como podemos, se não estivermos vigilantes, deixar que o legalismo e as mágoas pessoais abafem a voz do Evangelho. Oremos para que haja reconciliação, que a verdade e a justiça caminhem juntas, e que, acima de tudo, a caridade volte a ter a última palavra.

Porque, no fim das contas, um mosteiro não é apenas um prédio. É um pedaço do Céu plantado na terra. E arrancar esse Céu das mãos de quem o construído com amor é algo que não se apaga facilmente da memória dos fiéis.



O Feminismo Como Vingança: Ideologia Travestida de Liberdade

O Feminismo Como Vingança: Ideologia Travestida de Liberdade Há movimentos que nascem da dor e se transformam em virtude; e há os que nasce...