segunda-feira, 30 de junho de 2025

A Vida em Deus: Um Chamado para os de Boa Vontade

 

A Vida em Deus: Um Chamado para os de Boa Vontade

A vida cristã não é uma redoma dourada reservada a poucos eleitos, como os sacerdotes ou os religiosos enclausurados nos mosteiros. Não. A vida em Deus é um convite universal, um chamado silencioso e constante que ecoa no coração de homens e mulheres de boa vontade, espalhados pelas esquinas da vida comum. Gente que trabalha, que erra, que ama, que chora… Gente que sonha com o céu, mas que ainda pisa com os dois pés na terra dura e cheia de poeira.

Somos poucos? Talvez, numericamente, sim. Mas o que nos une é de uma força que o mundo jamais entenderá. É maior que nossas dúvidas, maior que nossas quedas, maior que nossos medos mais íntimos. Somos gente que tropeça, que sente preguiça, que às vezes desanima, que muitas vezes luta contra o próprio pecado com a coragem de quem sabe que a batalha só termina na eternidade.

Quando decidimos pautar nossa vida em Deus, tudo muda. Absolutamente tudo. Não significa que passaremos a viver num estado de êxtase místico, longe das dores do mundo. Não. Continuaremos enterrando os nossos mortos, pagando contas atrasadas, enfrentando filas de banco, acordando cedo com vontade de ficar mais dez minutos na cama. Mas até nisso… há um sabor novo. Uma graça escondida.

Veja um exemplo simples: a preguiça matinal. O mundo diria: “Fica mais um pouco… você merece!”. Mas o cristão, mesmo com os olhos ainda semi-cerrados de sono, escuta outra voz: “Deus te chama… o dom da vida te chama… levanta!”. Não porque somos super-heróis da fé, mas porque entendemos que o simples ato de acordar é, por si só, um milagre.

O dia de um cristão não é medido pelo número de e-mails respondidos, pelos boletos pagos, nem pelo lucro obtido. A métrica do Céu é outra. Perguntamo-nos ao final do dia: "Quanto rezei hoje? Rezei bem? Me recolhi na presença de Deus ou apenas li palavras soltas, como quem lê um jornal velho?". Quem pode, quem tem o privilégio, santifica as horas com os salmos, com o breviário, com a Missa. Quem não pode, faz de cada gesto, de cada passo, uma pequena oração viva.

A vida em Deus não é uma vida de perfeitos, mas é a vida de quem decidiu caminhar com o Perfeito. De quem entendeu que o sofrimento tem um sentido, que a alegria é uma antecipação do Paraíso e que até a perda, quando oferecida, se transforma em oração.

No centro de tudo está Ele: Cristo Jesus, que se faz pequeno na Eucaristia para caber na nossa pequenez. Ali, naquele pedaço de pão consagrado, está o Mistério Pascal inteiro, condensado e vivo, esperando o nosso “sim” cotidiano. Um "sim" que não se grita, mas que se sussurra entre um despertar difícil e uma Ave-Maria apressada, entre um olhar de gratidão e uma lágrima de arrependimento.

A vida em Deus… não é fácil. Nunca foi. Mas é a única que vale a pena.

domingo, 29 de junho de 2025

A Religião dos Sem Religião: O Paradoxo Brasileiro da Fé Etiquetada

 


A Religião dos Sem Religião: O Paradoxo Brasileiro da Fé Etiquetada

Vivemos tempos curiosos. Na imagem que acompanha este texto, vemos uma sátira simples, mas de uma profundidade desconcertante: no pódio das maiores "religiões" do Brasil, o terceiro lugar vai para os... "sem religião" . Isso mesmo. Até quem se declara sem fé, sem dogma, sem templo e sem liturgia agora virou estatística com rótulo próprio.

O personagem à direita, veste uma camiseta que diz "sem religião (9,4%)" , ironiza a própria situação: "Nem acredito que virei religião..." . O trocadilho é revelado e, como toda boa ironia, carrega uma verdade incômoda.

Fica a pergunta: o que significa "ser sem religião" num país onde até a ausência de fé vira categoria demográfica?

A observação é, antes de tudo, sociológica. Estamos numa era de identidades líquidas , onde tudo precisa ter um nome, uma bandeira e um espaço no gráfico de pizza. A sociedade moderna, com seu apetite voraz por classificações, não tolera o vácuo. O que não tem definição, ela define. O que não tem cor, ela pinta. O que não tem forma, ela molda.

Muitos dos que se declaram sem religião acreditam estar numa posição de "neutralidade espiritual", como se estivessem acima da briga dos deuses. Mas aí está o engano: o próprio ato de negar o transcendente, de se colocar fora da esfera religiosa, já é uma afirmação de crença.

Afinal, escolher não crer é, em si, uma forma de crença. Uma aposta existencial. Uma profissão de fé... na ausência de fé.

Nietzsche já nos alertava: o homem moderno matou Deus, mas ainda carrega o cheiro de Seu cadáver nas mãos. Mesmo ao fugir da religião, o ser humano não escapa da necessidade de sentido, de pertencimento, de rituais (ainda que laicos), de dogmas (ainda que disfarçados de ciência ou progressismo).

O mais irônico é que, na ânsia de não ser rotulada, o "sem religião" agora carrega uma etiqueta tão grande quanto a de qualquer outro grupo.

Quer ver? Experimente dizer numa roda de conversa que você é "sem religião", mas acredita em algumas coisas espirituais. Alguém vai logo perguntar: "Ah, então você é espiritualista? Deísta? Agnóstico? Ateu?"... Não há escapatória. O sistema precisa que você encaixe. Você precisa vender. Você precisa contar sem censura.

O pódio da charge revela também outro sintoma: nossa obsessão com números . O valor de uma crença, de um grupo ou de uma ideia, parece depender de quantos estão nela. Maioria? Minoria? Crescendo? Em queda? Como se o sentido último da fé pudesse ser traduzido em porcentagens.

O problema é que, ao transformar tudo em número, a gente perde o essencial: o mistério. Aquilo que não cabe em gráficos, nem em relatórios do IBGE.

No fim das contas, o Brasil é um país onde até o não-crente acaba tendo que se ajoelhar diante de algum altar... nem que seja o altar da estatística.

A imagem, com seu humor mordaz, nos joga na cara o retrato de um povo que, mesmo sem saber no que crê, continua precisando de um lugar para chamar de seu. Sem gráficos. Sem censura. Sem rótulo.

Como já disse o velho Chesterton: "Quando o homem deixa de acreditar em Deus, ele não passa a não acreditar em nada. Ele passa a acreditar em qualquer coisa."

E, ao que parece, até na própria falta de crença.


sexta-feira, 27 de junho de 2025

ORAÇÃO PARA O DIA DE JEJUM


 ORAÇÃO PARA O DIA DE JEJUM

Senhor, Deus eterno, Criador do céu, da terra e de mim mesmo,
hoje Te dou graças.
Louvo-Te pela harmonia da criação,
pela terra fecunda que faz brotar o pão,
pelo alimento de cada dia
e pelo corpo que me destes, que se nutre e Te serve.

Obrigado, Senhor, por aqueles que cultivam, partilham
e descobrem caminhos de vida.
Obrigado pelos que, mesmo saciados,
têm fome do Teu Pão Celeste.
E obrigado, também, pelos que nada têm —
pois sei que a Tua Providência os alcança
por meio de corações generosos.

Hoje, escolho jejuar.
Não desprezo o que criaste,
mas desejo redescobrir.

Faço jejum porque Teus profetas jejuaram,
Teu Filho jejuou, os apóstolos jejuaram.
Também a Virgem Maria, Tua serva fiel,
chamou-nos ao jejum do coração —
jejum que nasce do amor e se eleva em gratidão.

Ofereço-Te, ó Pai, este dia de renúncia.
No silêncio da fome, quero escutar Tua voz.
No vazio do prato, quero que cresça a plenitude da fé.
Jejuo pelos que têm fome real,
pelos que guerreiam por bens que não salvam,
e por todos os que se tornaram escravos da matéria.

Ofereço-Te este jejum pela paz no mundo ,
pelos interesses do Imaculado Coração de Maria, Rainha da Paz,
por todos os que me pedem orações
e por aqueles por quem sou, em consciência, obrigado a rezar.
Lembra-Te, Senhor, também dos meus interesses pessoais —
aquelas que trago em silêncio no coração.
Tu as conheces melhor do que eu.
Confio-as a Ti com fé,
sabendo que Tua vontade é sempre boa, perfeita e santa.

A fome que hoje eu sinto, ofereço por toda a humanidade.

Perdoa-me, ó Pai, por quando fui cego ao Teu dom,
por quando amei mais os bens que o Bem.
Que o jejum me eduque a saborear melhor tudo o que me cerca —
pessoas, dons, o tempo e o pão.

Hoje, Senhor, alimente-me só de pão,
para registrar que o verdadeiro Pão é Teu Filho na Eucaristia.
Fortaleça em mim a fé e a confiança,
e que o desejo de possuir-Te supere qualquer outro desejo.
Faz-me pobre, segundo o Evangelho,
para que meu coração deseje o Teu Reino com pureza e fervor.

Concede-me, Pai, ver o que tenho em excesso,
para dar a quem não tem.
Ensina-me que sou peregrino —
e que ao partir levarei apenas as obras de amor.
Livra-me do orgulho, do egoísmo,
e dá-me humildade para cumprir Tua vontade com generosidade.

Por este jejum, aplaca minhas paixões,
fortalece as virtudes, purifica minha alma.
Que eu resisto às tentativas
e Te sirva com firmeza, buscando sempre Tua Palavra.

Ó Maria, Mãe da liberdade interior,
ensina-me a jejuar com alegria,
a cantar Contigo um cântico novo de ação de graças.
Que a fome de hoje seja oração.
Que o sacrifício de hoje seja intercessão.
Interceda por mim, Mãe Santíssima!

Que, fortalecido pelo Teu exemplo,
eu me torne mais semelhante a Teu Filho,
Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor do Espírito Santo.

Amém.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

O Martírio: A Coroa de Sangue e Glória

 

O Martírio: A Coroa de Sangue e Glória

O martírio é o ápice, o cume da vocação cristã. Não porque desejemos a dor ou tenhamos um fascínio mórbido pela morte, mas porque nele há um mistério profundo: o de se assemelhar ao próprio Cristo, nosso Divino Fundador, que derramou Seu preciosíssimo sangue, puro e inocente, por amor.

Morrer por Cristo não é uma derrota. É a maior das vitórias. O mundo, com sua lógica rasteira e cega, acha que pode calar a voz do Evangelho com facas, bombas ou balas. Pobres almas… Não entenderam nada. O sangue dos mártires é semente. Uma semente que, quanto mais enterrada e regada com dor, mais floresce em fé.

Há dois mil anos começamos com sangue. Não com tapetes vermelhos ou com aplausos de multidões, mas com uma cruz enfiada no chão de um monte esquecido da Judeia, com um corpo dilacerado pendendo entre o céu e a terra, com uma Mãe de pé, firme, aos pés da maior injustiça da História. Foi ali, no Calvário, que nasceu a Igreja. Ali, no sangue derramado por um Inocente.

Quem hoje nos persegue, quem explode igrejas, quem derrama sangue cristão por ódio, pensa que nos aterroriza. Não sabem que para nós, morrer por Cristo é ir direto para os braços do Pai. Não compreendem que nossa vida já está escondida com Cristo em Deus. Não é a faca do fanático, nem a bomba do covarde que decide nosso fim. É a mão de Deus, e só ela.

O martírio não é só o momento da execução. Ele começa muito antes… na fidelidade de cada dia. Na renúncia silenciosa, no “não” firme ao pecado, na perseverança em meio às tentações. Precisamos pedir a graça de sermos fiéis no pouco, para, se Deus quiser, sermos fiéis também no muito… até a última gota.

Que Ele, que derramou até a última gota do Seu sangue, nos dê coragem. Que nos dê a santa ousadia de, se chegar a nossa hora, abraçarmos a cruz com o sorriso dos que sabem que a morte, para o cristão, não é o fim… mas o começo da glória eterna.

Viva Cristo Rei!

domingo, 22 de junho de 2025

Sacerdócio Casado nas Igrejas do Oriente: Entre a Tradição e os Modismos Ocidentais

 


Sacerdócio Casado nas Igrejas do Oriente: Entre a Tradição e os Modismos Ocidentais

Quando se fala em padres casados, muita gente do Ocidente, mal informada ou com pressa de resolver a crise vocacional, já abre um sorriso de orelha a orelha achando que encontrou a solução mágica: "Ah, é só permitir que os padres casem que tudo se resolve!" Pobres almas... Mal sabem elas que estão misturando alhos com bugalhos e esquecendo séculos de história e teologia.

O sacerdócio casado nas Igrejas do Oriente não é fruto de assembleias sinodais, nem de votações pastorais, muito menos de pressões sociais. É um costume que remonta aos tempos apostólicos, nascido no seio das primeiras comunidades cristãs, cultivado com reverência e com uma disciplina clara: casado antes da ordenação, e ponto final.

Padre casado que ficou viúvo? Não casa de novo.
Padre ordenado solteiro? Permanece celibatário até o fim.
Simples assim. Sem modernismos, sem “flexibilizações pastorais”.

Quem acha que ser padre casado é levar uma vida mais fácil, deveria conversar com qualquer sacerdote oriental. O homem carrega o altar e o lar nos ombros, cuida da comunidade e da família, vela pelos fiéis e pelos filhos… e no fim do dia, ainda tem que achar tempo para a oração pessoal. Não é vida para frouxos.

O sacerdócio casado não é uma licença para a mediocridade, nem um prêmio de consolação para quem não quis ser celibatário. É uma vocação dupla, com dupla responsabilidade e, muitas vezes, com dupla cruz.

Outro detalhe que muitos esquecem (ou fazem questão de esquecer): no Oriente, só os celibatários se tornam bispos. Quer defender a tradição? Defenda por inteiro. Nada de querer um "padre casado-bispo" como se fosse a coisa mais natural do mundo. No Oriente, o celibato episcopal é sinal de entrega total e liberdade pastoral.

O grande problema é que muitos, do alto de sua ignorância histórica e teológica, olham para o Oriente e enxergam apenas a parte que lhes interessa: "Padres casados? Ótimo! Vamos fazer isso aqui também!"

Mas esquecem que essa prática oriental está inserida num contexto espiritual, cultural e eclesial que foi amadurecido ao longo de séculos. Não é um tapa-buraco para resolver crise vocacional. Quem tenta importar o modelo oriental para o Ocidente, fora das suas raízes, age como quem planta oliveiras no deserto, sem água e sem raízes. Não vai dar fruto.

Nem Modismo, Nem Revolução… Tradição!

O sacerdócio casado no Oriente não é moda, não é revolução, não é "avanço pastoral". É Tradição. Com T maiúsculo.
Quem quiser entender, que estude.
Quem quiser opinar, que primeiro conheça a história.
E quem quiser transformar isso numa bandeira política, que ao menos tenha a decência de não usar o Oriente como desculpa.

No fim, o sacerdócio – seja ele celibatário ou casado – é sempre chamado ao sacrifício, à fidelidade e à configuração com Cristo. O resto… é conversa de quem nunca ajoelhou no silêncio de um altar.






Validade e Licitude dos Sacramentos Pós-Concílio Vaticano II: Uma Análise à Luz da Tradição.



Validade e Licitude dos Sacramentos Pós-Concílio Vaticano II: Uma Análise à Luz da Tradição

A Santa Mãe Igreja, desde os seus primórdios, sempre zelou com firmeza pela preservação da doutrina, da fé e dos sacramentos que, segundo o ensinamento tradicional, devem manifestar e alimentar a fé católica recebida dos apóstolos. Entre esses tesouros, o rito litúrgico ocupa um lugar central, por ser o modo pelo qual a fé é celebrada publicamente. O rito romano tradicional, consolidado no Missal de São Pio V após o Concílio de Trento, foi por séculos o padrão litúrgico universal da Igreja Latina. É importante esclarecer que o Papa São Pio V não criou a Missa , mas, conforme ele mesmo declarou na bula Quo Primum Tempore (1570), restaurou e codificou aquilo que a Igreja sempre celebrou, expurgando os abusos e erros cometidos por séculos de descuido ou heresia.

A Missa chamada de “Tridentina” ou “de sempre” representa, assim, a expressão litúrgica mais fiel da fé católica no Ocidente por mais de quatro séculos. De São Pio V até, pelo menos, o ano de 1957, este rito foi o único oficialmente prescrito para a celebração do Santo Sacrifício da Missa no rito latino, guardando a integridade das fórmulas, a sacralidade do altar e a clara distinção entre o sacerdote e o povo.

Contudo, com as reformas litúrgicas advindas do Concílio Vaticano II e promulgadas por Paulo VI em 1969, a Igreja assistiu ao nascimento de um novo rito, o Novus Ordo Missae , redigido por uma comissão presidida por Dom Annibale Bugnini e influenciada, segundo diversos relatos históricos (inclusive do Cardeal Alfredo Ottaviani), por consultores de tradição protestante. O próprio Ottaviani, em sua Breve Análise Crítica do Novus Ordo , enviada a Paulo VI em 1969, alertava: “O novo rito representa, tanto em seu conjunto quanto em seus detalhes, um afastamento impressionante da teologia católica da Santa Missa, tal como foi formulado na XX sessão do Concílio de Trento”.


Essa nova liturgia, fruto de uma atitude revolucionária e modernista , acabou por obscurecer elementos essenciais da fé, como a centralidade do sacrifício, a presença real de Cristo, a distinção entre o sacerdote ordenado e o fiel leigo. Uma das consequências mais graves dessa ruptura é a crescente banalização do sacerdócio, com a introdução de ministros extraordinários, celebrações por diáconos e, em alguns casos abusivos, por leigos. Essa prática fere diretamente o princípio católico que ensina que somente um sacerdote ordenado pode consagrar validamente a Eucaristia .

Diante desse cenário, é necessário compreender a distinção fundamental entre validade e licitude de um sacramento. Um sacramento é válido quando é realizado com a matéria, forma e utilidade útil para a Igreja. É lícito quando é realizado segundo as normas canônicas e doutrinais legítimas da Igreja. Portanto, ainda que o Novus Ordo pudesse, em algumas circunstâncias, ser considerado válido, sua licitude permanece duvidosa ou comprometida, especialmente quando adicionados a erros doutrinais, litúrgicos ou abusos à comunidade com um falso pontífice.

Assim, se uma Missa tradicional (rito de São Pio V) para celebrada unida a um homem que ocupa o trono de Pedro mas não possui legitimidade papal, tal Missa, ainda que válida , torna-se ilícita . Da forma, uma missa celebrada mesma de acordo com o rito de Paulo VI, por mais piedosa que parece, pode ser inválida se não observar a forma, matéria e intenção corretas, ou se faltar a ordenação válida do celebrante.

Como católicos conscientes da crise atual na Igreja, não podemos ignorar que muitos dos sacramentos celebrados no contexto do modernismo são, na melhor das hipóteses, duvidosos ; e, na pior, nulos e sacrílegos . É dever do fiel buscar não apenas a aparência externa da fé, mas sua substância real , sua conexão com a tradição de dois mil anos. Como nos alertou São Vicente de Lérins: “devemos seguir aquilo que foi crido em todos os lugares, sempre e por todos” .

A Igreja, em sua história, sobreviveu a perseguições, guerras e períodos de silêncio sacramental, mas nunca sobreviveu sem a fé. A fé é superior aos sacramentos enquanto estes existem para sustentá-la. Portanto, não é lícito nem benéfico frequentar sacramentos duvidosos ou ilícitos , ainda que seja a única opção visível. Em vez disso, o fiel deve santificar o domingo com orações, leituras piedosas, e a recitação do Rosário, suplicando a Deus que envie verdadeiros pastores, que celebrem Missas válidas, lícitas e Traduções a Ele .

Por fim, é necessário anunciar que celebrar ou assistir a Missas Unidas a um falso papa , mesmo quando o rito é tradicional, fere a comunhão verdadeira da Igreja e faz com que o sacrifício se torne ilícito. Isso não prejudica espiritualmente os votos, mas também constitui um ato canonicamente punível. Devemos rezar pelo retorno da autoridade legítima, pela fidelidade à Tradição, e por uma fé firme que rejeita qualquer forma de traição aos mandamentos do Senhor.

 "O culto é a expressão da fé. Mude-se o culto, e a fé também será alterada."
-Dom Marcel Lefebvre

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