E se Platão vivesse hoje, no século XXI?
Uma verdade? Pisoteada por vozes que gritam mais do que pensam.
Platão talvez trocou a túnica por um blazer amarrotado, abriu
um canal no YouTube chamado A República
e ficou soterrado por vídeos de danças e profecias de WhatsApp.
Sócrates? Cancelado antes do segundo café,
culpado de heresia por perguntar demais.
Uma nova academia? Um grupo no Telegram — três membros e uma alma inquieta.
E mesmo assim, ele nos lembraria:
“O castigo dos que se recusam a pensar a políticaé viver sob o jugo dos que só pensam nela.”
Veria um mundo intoxicado de dados
e faminto de sentido.
Mas se ainda há quem pergunte,
quem leia entre as linhas,
quem desconfie da primeira resposta…
Talvez Platão sorrisse.
E com a paciência dos que sabem que a verdade não grita,
sentesse.
Para ouvir.
E, quem sabe, ensinando — uma vez mais.
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